Facebook tira limite de 20% de texto em imagens de anúncios

É anunciante do Facebook? Então respire fundo, abra um largo sorriso e venha com a gente, porque a plataforma de Mark Zuckerberg tirou a restrição que era um pesadelo para muitas pessoas que trabalham com isso. Mas não exagere no texto, pois a métrica dos 20%, apesar de não ser obrigatória, segue sendo recomendada.

A remoção repentina

Em uma atualização extremamente importante para anunciantes do Facebook, a rede social azul com o “F” pegou muitos de surpresa e decidiu retirar a restrição que punia quem excedesse o limite de 20% de texto nas imagens. Alguns usuários começaram a notar recentemente que as imagens não estavam mais sendo reprovadas por conter muito texto.

Após algum tempo, o Facebook, por meio de seu especialista em mídia social, Matt Navarra, revelou que está entrando em contato direto com os anunciantes que utilizam a plataforma para informr a todos sobre a atualização, explicando que não existirá mais penalização para os anúncios com maior quantidade de texto de imagem em leilões e entrega.

A plataforma está atualmente trabalhando em atualizações de sua documentação para que essa atualização seja válida. Porém, na página de Ajuda do Facebook sobre texto em imagens de anúncios agora já é possível encontrar dizeres que não demonstram uma obrigatoriedade, mas sim uma recomendação para que o anunciante siga investindo nos 20%, para que a mensagem fique mais clara e objetiva, sem muita poluição visual e informações desnecessárias na arte.

Mas por que houve a mudança?

O Facebook fez essa mudança após entrar em contato com sua comunidade e ter o feedback do que achavam importante nas mudanças. Vale lembrar que a principal rede social do mundo, com mais de 2,2 bilhões de usuários ativos – fora sua extensão de mensagens, o Messenger, que tem 1,3 bilhão –, vem perdendo espaço nos últimos anos, especialmente no Brasil. O país, que foi um dos mais fortes adeptos à esta rede social – especialmente após a extinção do Orkut – nos últimos 10 anos, começou a largar o “Face” nos últimos tempos: o recuo do número de acessos ao site em território nacional caiu 5% em 2019, numa comparação com dois antes, e 2%, comparando ao ano de 2018, segundo pesquisa Datafolha.

Dentre os possíveis motivos para a debandada dos usuários do Facebook, estão as polêmicas recentes envolvendo a marca de Zuckerberg nos últimos anos, como o caso de cerca de 50 milhões de usuários que tiveram seus dados pessoais vazados para a empresa de marketing político Cambridge Analytica – a notícia foi relevada pelos jornais New York Times e The Guardian em março de 2018, após uma entrevista entrevista com o ex-funcionário da companhia britânica Christopher Wylie – e problemas com fake news, assim como o crescimento de outras redes, como a chinesa TikTok e campanhas que mostram possíveis malefícios das redes sociais na saúde mental das pessoas, como mostrado no filme “Homens, Mulheres e Filhos” e no documentário da Netflix, “O Dilema das Redes”.

Por esses e outros motivos, numa tentativa de redenção com uma parcela importante de seus usuários – os anunciantes – e na busca por melhorias no site, a equipe do Vale do Silício decidiu ouvir o que a comunidade tinha para dizer e mudar o que precisava ser mudado, a partir das opiniões de seus clientes ao redor do mundo.

Vale lembrar que o Facebook mantinha esse limite de texto desde um primeiro feedback tido de seus usuários, ao perceber que quem usufria de suas plataformas não gostava de anúncios com muito texto na imagem principal, então o restringia para melhorar a experiência do usuário daquela rede social. Já em 2018, outra mudança: a permissão para que os anunciantes incluíssem mais texto nas imagens, mas o alcance ainda seria restrito, variando de acordo com a proporção que havia sido excedida do limite. Ou seja, o anunciante era livre para exceder os 20%, mas colocaria sua conta em risco.

Mas afinal, eu posso parar de me preocupar?

Seria lindo se a resposta para essa pergunta fosse um sonoro sim. Mas não, você não pode deixar de se preocupar com isso. Tudo porque, embora o site não diga mais ao anunciante para manter o texto em 20%, ainda traz dicas sobre como reduzir as proporções do texto em imagens de anúncios. Portanto, mesmo que o Facebook avise a métrica de 20% apenas como uma prática recomendada, o que é um alívio em relação a antes, quando a métrica era uma regra vigente e anúncios com muito texto em suas imagens eram reprovados, seguir esse método ainda assim poderá ser melhor para o anúncio, que além de ficar mais limpo visualmente – agradando mais os usuários da rede, que deram o feedback à empresa do Vale do Silício revelando que preferem anúncios mais enxutos em matéria de texto –, terá melhor rendimento, segundo o próprio Facebook. O site, em sua explicação oficial, afirmou que o desempenho de anúncios com menos texto são melhores e a tão mencionada recomendação é que a imagem tenha texto curto, claro e consigo, visando transmitir a mensagem da maneira mais eficaz possível.

Aparentemente, nesta nova atualização, não haverá mais restrições de alcance, fazendo com que anúncios com mais de 20% de texto na imagem principal sejam exibidos normalmente, e atingirão a mesma quantidade de pessoas que qualquer outro anúncio do Facebook. Então fica o questionamento para o anunciante: mais vale o alcance, que deverá seguir inalterado, independente da quantidade de texto, ou a aprovação e rejeição de possíveis consumidores que visualizem a imagem enquanto rolam o feed?